Perdoe-me Pai por fazer parte disto
Por andar no rumo deles omisso
Por passar pelo lado de fora da vida
E, inerte, vê-la cercada como prisioneira
Rotulada como “área de preservação”
Parte de uma coisa (merda) maior chamada “Jardim Europa”
Nada disso é Europa
Embora impregnado com a sua mácula sórdida
Nada daqui os pertence
Muito menos esta flora
Embora cercada com suas grades
Nem o choro, nem a bossa nova,
Nem o nosso samba
Nem o choro de novo
Desta vez com a lágrima
Daqui nada os pertence, nada
Embora os atraiamos para investimentos
E com regalos e carícias os adulemos
Embora tantos emboras
Não somos o seu jardim
Nem anões do seu quintal
Nem seus fantoches satisfeitos
Em pantomimas de um eterno carnaval
Aqui também se pensa
Aqui há quem repudie a sua presença
Sua Europerniciosieade fraudulenta
Aqui há quem possa se dizer brasileiro
Quem ainda empunhe arco e flecha contra seus veleiros
Quem desvende as suas mentiras
E firme e categoricamente diga
Sim, foram vocês, o Velho Mundo
Que visando apenas o seu cu e o lucro
Nos conveses das suas caravelas
Trouxeram-nos a dor e as favelas
E embora nossos pseudoeuropeus frustrados os implorem
Um remédio para a miséria da colônia
Não queremos suas migalhas
Europerniciosa metrópole Babilônia
Portanto, embora os emboras
Embora daqui Europa
2 comentários:
Divagação acerca do loteamento "Jardim Europa" ao lado do Shopping Iguatemi, Porto Alegre - RS.
área de preservação, até que algum engravatado mude a lei. e é o que mais querem, incorporadores do Deus Concreto.
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