Ligar? Não, não ligo.
Desdigo
Pressinto o nada premente no caminho
Incito a mente ao vazio
E nada
Incipiente desejo insípido
De desdenhar o tino
Preconizar vazios
Enlevar desvarios
Em detrimento do raciocínio
E o ser verbal invisível
Irascível sentir semi-sensível
Uma verdade nua indizível
E para mim, assim, assaz falível
Para dizer: sim, sou.
Rezando prostrado a um Deusser mor
Do verbo palavreando minha dor
Radiando felpas de celeste estupor
Verbalizando meu sufoco, o ar me escarnece
Quase paralisando o tosco rebimbar do peito agreste
Segue.
Segue assim, ar zombeteiro
Fazendo graça de mim, contrafeito
Da dor, do suor, do tempo perdido
Tempo, ó transtorno, transtempo
Torno-me torto em contratempos
Falta-me tino no tocar
Falta-me ar
Ou qualquer alento
Que faça com que eu siga
Claudicante no tempo
Insistindo com essa coisa que chamamos
Vida
terça-feira, 23 de junho de 2009
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4 comentários:
"Claudicante"
interessante.
mesmo lendo superficialmente, gostei do que li!
outra hora leio com devida atenção.
ate mais
tchê, traduz que quero entender.
abraços velho,
mateus d'Ocappuccino
...compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Eu estava fazendo uma pesquisa sobre salvador dalí e fui parar no seu blog, achei muito interessante seus poemas, sério, eu gostei muito, muito mesmo, principalmente este.
É, realmente, você estar certo, realmente temos interesses em comum, gosto muito dessa poesia com uma linha "existencialista". Parabéns moço!:))
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